Segunda-feira, 3 de abril de 2023 às 8h30min.
Marcos Souza | CASIES
No dia 2 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma data que busca sensibilizar a sociedade sobre a importância da inclusão e do respeito às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e conscientizar sobre os desafios enfrentados por elas. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, a data é um importante marco na luta por uma sociedade mais inclusiva e justa para todos.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno neurobiológico que afeta a comunicação social, a interação e o comportamento. Com características que variam de uma pessoa para outra, traz desafios na comunicação verbal e não-verbal, na interação social, em comportamentos repetitivos ou estereotipados e na sensibilidade sensorial. O diagnóstico do autismo é feito por meio da observação dos sintomas e comportamentos, realizada por profissionais da saúde, como psicólogos, psiquiatras, neuropediatras e fonoaudiólogos.
Alguns professores são engajados e dedicados a criar um ambiente de aprendizado positivo e inclusivo, enquanto outros se sentem despreparados para lidar com as demandas específicas desses estudantes, gerando ansiedade e estresse.
Para promover a inclusão escolar de estudantes com TEA, A Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso (SEDUC-MT) lançou em 2022 o Projeto Autismo na Escola. O projeto oferece formação específica aos profissionais da educação, além de suporte institucional para adequar o ambiente escolar e o processo de ensino às necessidades desses estudantes. A iniciativa busca sensibilizar a comunidade escolar e a sociedade em geral sobre a importância da inclusão e do respeito às diferenças. Na ocasião de lançamento do projeto, a Superintendente de Diversidades da Seduc, Lucia Aparecida Santos, declarou: "esse é um momento especial para mostrar à sociedade que os autistas existem e que merecem total respeito".
Professores experientes em ensinar estudantes autistas afirmam que estratégias de comunicação visual podem ser cruciais para um ensino efetivo, já que muitos autistas tendem a ser mais visuais do que verbais. O uso de cartões de comunicação, imagens e outros recursos visuais também pode ajudar os estudantes a compreender as instruções e informações de forma mais clara.
Outra estratégia importante é estabelecer uma rotina previsível e estruturada para o estudante, pois isso pode reduzir a ansiedade e o estresse. Ensinar habilidades sociais de forma explícita, como iniciar uma conversa e manter contato visual, também é importante, já que muitos autistas têm dificuldades em entender as interações sociais.
Oferecer reforço positivo quando o estudante se comporta de maneira adequada é outra estratégia eficaz, pois muitos estudantes autistas respondem bem a recompensas e feedbacks positivos. Além disso, reduzir estímulos sensoriais, como ruídos altos ou luzes brilhantes, pode ajudar o estudante a se concentrar na atividade.
No entanto, é importante lembrar que cada estudante autista é único e pode responder de maneira diferente às estratégias de ensino. É essencial trabalhar em estreita colaboração com os pais e outros educadores para desenvolver estratégias personalizadas que atendam às necessidades individuais do estudante. Neste sentido, o Plano Educacional Individualizado (PEI) é primordial para garantir que as estratégias estejam alinhadas às necessidades específicas do estudante, incluindo adequações curriculares, recursos de comunicação e intervenções comportamentais.
A educação de estudantes autistas requer um esforço colaborativo para garantir que cada estudante tenha acesso a uma educação inclusiva e de qualidade. É fundamental envolver o estudante no processo de ensino, respeitando suas preferências e necessidades, a fim de garantir que ele receba uma educação que atenda às suas necessidades individuais.
Para ler a matéria sobre o lançamento do projeto Autismo na Escola, CLIQUE AQUI
REFERÊNCIAS:
CARVALHO, Vera Lúcia de. Estratégias de Ensino para Estudantes com Autismo. Campinas: Mercado das Letras, 2012.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Educação inclusiva: o que o professor tem a ver com isso? São Paulo: Moderna, 2003.
SILBERMAN, Steve. Neurotribes: The Legacy of Autism and the Future of Neurodiversity. New York: Avery, 2015.
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